
O que é Política Monetária e o que ela tem a ver com os direitos humanos? Qual é o papel do Banco Central nas nossas vidas? Será que não existem soluções melhores para o controle da inflação do que o aumento de juros?
As respostas para essas e outras questões, sobre o impacto das medidas econômicas na vida dos brasileiros, estão nas páginas do “Guia Ilustrado de Inflação, Política Monetária e Direitos Humanos” – publicação lançada pelo INESC (Instituto de Estudos Socioeconômicos) nesta semana.
Trata-se de uma cartilha didática, voltada para o público leigo, escrita pela assessora política do órgão Livi Gerbase e pelo economista Pedro Rossi, professor do Instituto de Economia da Unicamp e pesquisador do Centro de Estudos de Conjuntura e Política Econômica (CECON). As ilustrações são do coletivo A Gazetinha.
“Esse guia não traz apenas conceitos sobre inflação e política monetária, de forma didática e acessível. A publicação vai além: queremos mostrar a relação desses temas com os direitos humanos”, afirma a porta-voz do Inesc. Para Livi Gerbase, é necessário estimular o interesse por um debate que hoje é dominado por especialistas.
“A política monetária é um assunto frequentemente blindado por um grupo técnico e suas decisões, definidas nas salas de um Banco Central autônomo e que pouco interage com a sociedade”, acrescenta ela. O Guia está dividido em 4 partes. No capítulo 1, o texto apresenta os conceitos fundamentais de política monetária, inflação e crédito, sempre relacionados aos direitos humanos. O capítulo 2 descreve o que é e como opera a política monetária, assim como os canais pelos quais os direitos humanos são afetados. O capítulo 3 trata do Banco Central e da importância de uma política monetária transparente e democrática.
Na quarta e última parte do Guia são apresentados alguns caminhos para uma política monetária diferente, orientada por direitos humanos que, na visão do economista Pedro Rossi, deve obedecer às seguintes diretrizes:
- evitar ajustes monetários recessivos e aumentos excessivos de juros;
- promover um sistema de crédito mais justo com acesso igualitário;
- utilizar múltiplos instrumentos para combater uma inflação de múltiplas causas;
- coordenar a política monetária com outras políticas;
- priorizar a proteção dos preços que mais impactam os mais vulneráveis;
- e focar em políticas públicas de garantia de direitos.
Com isso, será possível promover uma política monetária mais transparente e democrática – ensina o documento.
Disponível no link: www.inesc.org.br/guiailustrado