A atriz Dira Paes é motivo de orgulho para a dramaturgia brasileira, não há limites para o seu talento e cada personagem que recebe a missão de interpretar, não demora a se tornar icônico. Além de ser um dos principais nomes em novelas com personagens marcantes, é uma das mais premiadas atrizes do cinema brasileiro, seu currículo conta com mais de 35 longas metragens. A morena também é vencedora de diversos prêmios como dois troféus Grande Otelo, dois Prêmios APCA, três Prêmios Guarani, dois Prêmios Qualidade Brasil e um Prêmio Extra. Paes já recebeu prêmios nos mais importantes festivais de cinema do país, com três Kikitos do Festival de Gramado e cinco troféus Candango pelo Festival de Brasília. Ufa, é muito reconhecimento, portanto, nossa capa de aniversário não poderia ser outra. Confira a entrevista na íntegra com a estrela nacional.
Expressão: Fora das telas como você se define em sua essência? Quem é Dira Paes?
Dira Paes: Uma cidadã brasileira, com direitos e deveres, compromissos com a família e com engajamento de querer um país mais justo e igual para todos.
Expr: Recentemente se despediu de sua personagem Filó, em Pantanal (Globo), como você enxerga a importância e a representatividade da sua personagem na vida das pessoas?
D.P: Eu acho que o que ficou da Filó e eu sinto nas ruas além de uma empatia enorme, é uma vontade das pessoas de abraçar a Filó, é a sensação de uma personagem que inspira confiança, conforto e amizade e isso nos dias de hoje é muito caro para gente, ter alguém que você possa confiar e se sentir segura com essa pessoa.
Expr: Na sua opinião qual foi o diferencial do elenco para todo o merecido sucesso de Pantanal (Globo)?
D.P: Eu acho que nós todos do Pantanal fizemos um pacto com a felicidade em fazer essa novela com todo carinho, a gente sabia do privilégio que a gente tinha de estar com um clássico tão lindo para ser interpretado, e eu acho que isso imprimiu nas telas.
Expr: Você tem alguma estratégia para matar a saudade da família com a rotina corrida de viagens e gravações?
D.P: Depois da novela eu vou tirar umas férias mais longas, mas mesmo trabalhando eu estou sempre conectada com a minha família, tanto meus filhos tanto minha família, em Belém eu acho que a gente tem que ter esse jogo de cintura, trabalhar e viver a vida como ela é cotidianamente, como mãe, mulher, amiga e é um equilíbrio dessas multifunções.
Exp: Durante sua carreira você transitou por diversos personagens com grandes cargas dramáticas como Celeste, em Fina Estampa (Globo), mas também transitou pelo humor a exemplo de Norminha, em Caminho das Índias, qual o segredo para ser uma atriz tão versátil?
D.P: Quando eu comecei a minha carreira eu lembro de pensar isso, como tentar dentro de um universo dos meus personagens criar essa versatilidade, então eu gosto muito desse perfil de ter personagens diferentes entre si, mas que se comunicam com o público, ou emocionam ou se divertem.
Expr: Atuar sempre foi seu sonho de infância? Quando você soube que estava decidida em ser atriz?
D.P: Eu decidi ser atriz depois de ter passado no teste e ter feito meu primeiro filme, que foi Floresta das Esmeraldas, ali eu vi que uma porta tinha se aberto para mim e eu não podia desperdiçar essa chance e fui atrás dela, e hoje fico feliz por ter decidido ter essa carreira e não pela carreira de engenheira, como tinha pensado em um primeiro momento.
Expr: Você possui uma carreira de sucesso com mais de trinta e cinco anos, qual o segredo para conseguir mantê-la icônica por tanto tempo? Qual trabalho mais te marcou?
D.P: É muito difícil falar qual trabalho mais marcou, mas eu sem dúvida nenhuma vejo que o público que elege, são trabalhos diferentes em décadas diferentes, eu vou fazer praticamente quatro décadas como atriz, desde os meus quinze anos, e eu tenho orgulho de olhar pra trás e ver que eu me entreguei a muitos trabalhos e muitos projetos, muitas vezes para estar perto de pessoas que admirava e sempre fui recompensada com ótimos personagens que acabaram ganhando destaque, e eu fico muito feliz de ter conquistado o público com personagens dramáticos como Dona Helena em Dois filhos de francisco e personagens divertidos como Solineuza da Diarista e Norminha de Caminho das Índias, também fico feliz de ter feito amores roubados, aquele personagem tão complexo que era Celeste, assim como a Celeste de Fina Estampa também, são vários personagens é muito difícil destacar só um.
Expr: Você é natural do Pará, do que mais você sente falta da região?
D.P: Eu amo o Pará, eu tenho a cara do Pará e a cultura paraense ela é muito diferenciada, é uma cultura que o Brasil tem que conhecer, eu sempre estou conectada com o meu estado e gosto muito que as pessoas se sintam convidadas a conhecer o Pará por saberem que eu sou paraense.
Expr: Você já gravou diversos filmes e novelas por vários lugares pelo Brasil e pelo mundo, qual lugar mais te chamou atenção e você tem vontade de voltar
D.P: Eu já viajei muito trabalhando e sem dúvida nenhuma o Brasil é o lugar mais lindo do mundo, porque tem nele todas as paisagens, eu tenho um carinho lógico em especial pelo Rio de Janeiro, por ser o estado que eu escolhi morar, o estado que meus filhos nasceram, mas eu tenho que dizer que meu maior destaque fica mesmo para o nosso país, que é o melhor lugar para gente cuidar e tratar do Brasil como ele merece ser tratado, com respeito, infraestrutura e uma sociedade mais justa, menos discriminatória e mais democrática.
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