A atriz Camilla Camargo, assim como outras gestantes no mundo todo, passaram por uma experiência atípica, dar à luz em meio a uma pandemia, com as emoções ainda mais a flor da pele. Aqui, a atriz falou sobre esse momento da sua vida pessoal e também sobre os projetos profissionais, a exemplo do lançamento do seu canal no YouTube, que já passou a marca de 1 milhão de visualizações, projeto paralelo à carreira de atriz. Além disso, a plataforma também tem servido para reafirmar seu grande talento para a comédia, já que ela monta e interpreta sátiras baseadas em cenários cotidianos, fazendo bom uso de muito do que aprendeu com seus 11 anos de atuação. Com a base feita nos musicais, com mais de 22 peças no currículo, entre eles como a co-protagonista dos sucessos “Zorro, O Musical”, a atriz está no streaming da Amazon com o longa “Travessia”, em que atuou ao lado de Chico Diaz e Caio Castro. Confira:
Expressão: Assim como você muitas mulheres tiveram sua gestação em meio a pandemia. Como foi essa experiência?
Camilla Camargo: Para mim, assim como a primeira, a segunda gestação também foi motivo para agradecer e aprender diariamente, e nem sempre é fácil, por maior que seja o maior amor do mundo, são muitas emoções, hormônios que mexem com nosso humor, e viver uma gestação em plena pandemia mexe mais ainda com a gente. A saudade da família, a tristeza diante do caos, de tantas perdas, a gente tem que controlar mais essas emoções já tão latentes! Importante dizer que continuei com todos os cuidados fazendo meu pré-natal, mesmo evitando sair de casa (já que tenho esse privilégio) para outras coisas, digo isso porque muitas mães ficam receosas, com motivos, mas fazer esse acompanhamento e exames é muito importante. Já no parto, não pude receber visitas e o único acompanhante que a maternidade liberou, o que é totalmente compreensível e para a segurança do coletivo, foi o meu marido.
Expr.: Houve diferenças comparada a gestação de seu primeiro filho Joaquim? É verdade que o seu primeiro parto durou mais de 30 horas?
C.M.: Foi tudo diferente e sim é verdade sobre a duração do trabalho de parto do Joaquim. A gestação do Joaquim foi muito mais tranquila, eu só tive um descolamento de placenta lá pela décima semana. A da Julia já começou diferente, tive muito enjoo no primeiro trimestre, e ainda durante a gestação tive síndrome do capo, muitas dores, fora que a Julia estava sentada e aí acabei fazendo um VCE para virá-la, já o Joaquim sempre esteva na posição certa. Ambos foram partos normais, mas o parto do Joaquim durou o dobro de horas do que o da Julia.
Expr.: Você optou pelo parto normal nas duas gestações e revelou ter feito na gestação da Júlia exercícios com fisioterapeuta para ajudar na hora do nascimento. É uma dica que dá para as mulheres?
C.M.: Fiz Fisioterapia Pelvica nas duas gestações com as meninas da Athali e super indico. Me ajudou muito no parto, e em todo o processo de gestação e pós. Não tive laceração e devo muito ao processo de preparação que tive na Fisioterapia! Sobre o parto normal, eu tinha sonho de que fosse dessa forma e tinha a vontade de tentar até o momento que, claro, não oferecesse qualquer risco para os bebês, mas o principal, e eu por mais que tivesse essa vontade já estava consciente, que se por algum motivo não fosse possível, que principal era meu filho vir bem e com saúde! Graças a Deus foi possível fazer do jeito que me preparei e sonhei, a recuperação do parto normal é muito melhor, além de todo o resto, mas queria dividir que acho também importante nos prepararmos para possibilidade de não ser exatamente do jeito que queríamos e em focar no mais importante: Ter o filho em segurança nos nossos braços.
Expr.: Você tem 1,5M no Instagram e possui um canal no YouTube que já somou mais de 1,5M de visualizações desde que estreou, em dezembro. Quando surgiu o desejo de se tornar Youtuber?
C.M.: Na verdade surgiu uma oportunidade, um convite de uma empresa que produzia canais de vários artistas legais, e como muitos dos meus seguidores me pediam frequentemente, uni o útil ao agradável e resolvi encarar essa nova oportunidade de trabalho e vivência. Antes de eu sair do meu primeiro puerpério eu estava prestes a voltar a trabalhar como atriz, que é a minha prioridade profissional, no entanto, veio a pandemia e os trabalhos que estavam praticamente fechados foram suspensos (corretamente), e naquele momento não tínhamos qualquer previsão concreta de retorno já que a vacina ainda era algo distante, esse período em casa que não estava previsto acabou possibilitando abraçar novos projetos e possiblidades que eu pudesse concluir em casa, e me descobri gostando muito de gravar o canal e vendo que as pessoas estavam gostando e recebendo super bem também! Quando estivermos todos vacinados, espero que em breve, eu provavelmente já estarei saindo do puerpério pós-nascimento da Julia, e aí voltam os planos de voltar aos palcos, às telinhas, se possível, conciliando com meu canal.
Expr.: A sua mãe Zilu agora mora em Miami. Como lida com a distância?
C.M.: Não é fácil, a saudade é muito grande e ela faz muita falta, mas foco na felicidade dela, no que é melhor pra ela, e se ela está feliz lá eu fico feliz também! Nos falamos sempre por videoconferência, não é o mesmo que presencial claro, mas é uma forma de matar um pouco da saudade, de ver que ela está bem (além de só ouvir a voz), de jogar conversa fora, mostrar os pequenos e se sentir um pouquinho mais perto. A tecnologia ajuda muito nesses momentos.
Expr.: É formada em rádio e TV pela FAAP, o curso te ajudou na carreira como atriz no qual já soma mais de 22 peças no currículo, além de trabalhos na televisão e no cinema?
C.M.: O curso é mais voltado para atrás das câmeras, mas isso acaba ajudando um pouco no posicionamento diante dela sim.
Expr.: Tem projetos para pós pandemia?
C.M.: A pandemia veio me mostrar que por um lado é muito importante ter projetos e planos, mas por outro que algumas coisas às vezes não temos como programar 100% porque podem acontecer imprevistos no caminho, maior exemplo disso foi eu estava retomando aos trabalhos como atriz no ano passado, com um projeto engatilhado e prestes a ser assinado e, por conta da pandemia, ele ter sido suspenso, sobre ele, ainda não sabemos exatamente quando será retomado.
Tem a estreia do filme Intervenção, que teve estreia adiada por conta do coronavírus, seguirei com meu canal no Youtube que estreou em dezembro e onde eu falo sobre carreira, maternidade, e muito mais. E também pretendo voltar a atuar nos palcos e audiovisual assim que possível, mas com calma porque a prioridade nesse momento é a chegada da minha Julia. A propósito, aproveito para pedir para quem ainda não teve a oportunidade de assistir Travessia, filme que fiz com Chico Diaz, Cyria Coentro e Caio Castro, que corra na Amazon Prime porque está disponível lá!
Expr.: Como é nascer dentro de um contexto em que a família inteira sempre esteve sob os holofotes?
C.M.: Considerando que descobri desde cedo que também queria ser artista, mas no caso outra área diferente do meu pai e irmã que são cantores, acho que foi um grande aprendizado já saber um pouco, desde cedo, como encarar algumas coisas. E ver com naturalidade que a repercussão em massa de um trabalho seu também faz com que as pessoas se sintam próximas e tenham interesse nas nossas vidas. Embora eu seja discreta, eu também escolhi um caminho profissional em que a visibilidade pública faz parte. Então, ter crescido num ambiente (eu era muito pequena quando É o Amor estourou) em que isso era a única realidade e sempre fez parte da minha rotina, fez com que eu visse essa visibilidade como algo muito natural e de forma leve.