No dia 19 de novembro é comemorado o Dia Mundial do Empreendedorismo Feminino. A data foi criada em 2014 pela Organização das Nações Unidas (ONU) em uma iniciativa liderada pela ONU Mulheres, que ficou a cargo de reunir mais de 150 países, empresas e instituições em busca de apoio a esse público e contra a desigualdade salarial no ambiente corporativo.
No Brasil, o contingente de mulheres empreendedoras endossa a importância do dia comemorativo. Elas são mais de 30 milhões, em um universo de 52 milhões de empreendedores, segundo dados do Global Entrepreneurship Monitor 2020 (GEM), principal pesquisa sobre empreendedorismo do mundo, feita em parceria com o Sebrae.
O estudo mostrou que 55% das mulheres empreendem por necessidade para gerar renda. Entre as seis atividades que tiveram a maior quantidade de opções adotadas pelas mulheres estão a confecção de peças de vestuário – exceto roupas íntimas –, com 7,3%, e a do comércio de varejo de cosméticos, produtos de perfumaria e de higiene pessoal, com 4,7%.
“Empreender, independente do gênero, o cenário é complexo, mas começa por um trabalho proativo de tornar o ambiente empreendedor mais acolhedor para mulheres e em específico para mulheres negras. Outro caminho é investir em capacitação, leitura de bons livros, processos de mentoria, entre outras ações”, aponta o empreendedor Oséias Gomes, fundador e CEO da franquia Odonto Excellence, que possui mais de 1270 unidades no Brasil e no Exterior. A cada 48 horas é inaugurada uma nova unidade. Por dia são realizadas mais de 10 mil consultas e 40 mil novos pacientes são atendidos por mês.
Outra pesquisa realizada pelo Sebrae-SP, aplicou questionário a 1003 micro e pequenas empreendedoras.
Entre aquelas que superaram o medo de falhar e encararam serem donas de seu próprio negócio, a maioria teve como motivação uma busca por autonomia e flexibilidade para ficar com a família. Das que começaram durante a pandemia de covid-19, 43% afirmaram estarem atrás do seu sonho. A pesquisa aponta também que as mulheres representam 70% dos inadimplentes; 24 milhões de mulheres brasileiras com o desejo de empreender; 43% delas não o fazem por medo de falhar.
“As mulheres que querem empreender precisam entender que antes de “fazer acontecer”, necessitam mergulhar sobre o que é um negócio escalável, um modelo que veio para renovar o mercado e a maneira de se trabalhar com uma visão e organização horizontalizadas, em que a genialidade assume o protagonismo. Empreender é saber viver em um mundo de incertezas, e tudo que é incerto dá medo”, ressalta o empreendedor Oséias Gomes.
Vindo de uma família muito simples, Oséias Gomes deixou a roça e a enxada para correr atrás do sonho de empreender. Foram duas décadas de aprendizado, entre acertos e erros, ele nunca desistiu de inovar e acreditar que poderia fazer a diferença.
Segundo ele, as mulheres que empreendem sentem falta de dinheiro, falta de apoio em casa, falta de tempo para acumular diversas tarefas, tudo isso tira o foco e a atenção da missão do empreendedorismo. “Principalmente com o empreendedorismo digital que necessita de muito empenho, dedicação e boas ideias para driblar a concorrência e comercializar serviços ou produtos, sem a necessidade de depender de espaços físicos“, finalizou Gomes.