[et_pb_section bb_built=”1″][et_pb_row][et_pb_column type=”4_4″][et_pb_text _builder_version=”3.0.106″ background_layout=”light”]
Hematologista infantil do Hospital América de Mauá alerta sobre a prevenção e o tratamento da anemia e da leucemia
A campanha Junho Laranja é dedicada à prevenção e ao tratamento da anemia e da leucemia. Segundo o consenso de anemia ferropriva da Sociedade Brasileira de Pediatria (2 de junho de 2018), calcula-se que quase 2 bilhões de pessoas em todo o mundo apresentam anemia, sendo que 27% a 50% da população é afetada pela deficiência de ferro. De acordo com o mesmo documento, no Brasil, os dados variam, mas a maior parte deles provêm de estudos de grupos isolados, não representativos da realidade nacional. No país, entre 40% e 50% das crianças estudadas apresentam deficiência de ferro, a maioria delas com menos de 3 anos, incluindo também gestantes.
Em 2009, numa revisão sistemática de 53 artigos brasileiros (total aproximado de 21.000 crianças avaliadas), a prevalência descrita para anemia foi de 53%, com incidência maior nas regiões Norte e Nordeste. “Quanto às leucemias, consideradas os tipos de neoplasias que mais afetam crianças, a frequência foi de 25% a 35%. Um estudo realizado com os Registros de Câncer de Base Populacional no Brasil demonstrou que, para pacientes entre 0 a 18 anos, as porcentagens de novos casos de leucemias variam de 15% a 50%, englobando todas as neoplasias infanto-juvenis”, explica a Dra. Bianca Ribeiro Barreto, hematologista infantil e prestadora de serviços no Hospital América de Mauá.
“A anemia é definida pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como a condição na qual o índice de hemoglobina no sangue é anormalmente baixo em consequência da carência de um ou mais nutrientes essenciais, independentemente da origem dessa carência. A anemia pode ser classificada como adquirida ou hereditária, e suas causas podem estar relacionadas, entre diversos fatores, à deficiência nutricional, ao aumento da destruição das células vermelhas do sangue e à diminuição da produção das células sanguíneas. Já a leucemia é uma doença caracterizada pela expansão clonal de precursores hematopoiéticos na medula óssea (fábrica do sangue), ou seja, pela ocorrência da produção de células anormais na medula óssea em detrimento dos elementos normais”, pontua a doutora.
O principal risco da anemia é a deficiência do ferro, que tende a aumentar nas populações sujeitas a carências nutricionais, em que a ingestão ou absorção de ferro é inadequada. Entre os fatores que podem levar à carência desse nutriente estão dietas com ingestão de grande quantidade de chá ou café, hábitos vegetarianos, baixo nível socioeconômico e educacional, faixa etária (principalmente lactentes), parasitoses, anemia materna durante a gestação e associação com doenças que podem provocar distúrbios hemorrágicos. “Na leucemia, são várias as linhagens celulares que derivam da medula óssea, dependendo do tipo de glóbulos brancos que a doença afeta. As leucemias podem ser divididas em dois grupos: linfoides ou mieloides. Além disso, quanto ao tempo de crescimento das células, podem ser classificadas como agudas (crescimento rápido de células imaturas) e crônicas (as células maduras aumentam, porém são anormais). Na infância, as leucemias agudas representam 30% das neoplasias (cânceres), e o tipo mais comum é a Leucemia Linfoblástica Aguda (LLA), sendo os fatores de risco e prognósticos: idade da criança na ocasião do diagnóstico, contagem de leucócitos (células de defesa) no hemograma e em exames como imunofenotipagem e cariótipo, comprometimento do Sistema Nervoso Central quando realizado o diagnóstico e resposta precoce à terapia. No caso da Leucemia Mieloide Aguda (LMA), temos como fatores de risco: exposição pré-natal a álcool, pesticidas e infecções virais, exposição ambiental a radiação ionizante, infecções virais, pesticidas e solventes orgânicos, como o benzeno, além de doenças hereditárias e doenças adquiridas”, comenta a hematologista.
Para a realização do diagnóstico das anemias é necessário analisar a história clínica do paciente, associando-a a um exame físico minucioso, bem como exames laboratoriais. “Do ponto de vista laboratorial, o primeiro exame a ser solicitado é o hemograma, o qual será o norteador da investigação do caso a depender das alterações presentes nele. Outro exame extremamente importante é o Teste do Pezinho, para excluir possíveis causas genéticas. Já o diagnóstico da leucemia é realizado a partir de uma suspeita clínica, que deve ser confirmada por exames complementares. O primeiro deles é o hemograma, cujas alterações podem nos levar a realizar a coleta e a análise de material da medula óssea por meio do mielograma. Posteriormente, são realizados outros exames para melhor caracterização dos tipos de leucemias”, ressalta a especialista.
Para prevenir as duas patologias, existem alguns cuidados que devem ser tomados. “Como a anemia ferropriva pode ser causada por dieta inadequada, aumento da demanda nutricional, perdas sanguíneas e má absorção do ferro, é necessário que se combata os agentes causais. Na infância, orientação nutricional, fortificação alimentar e suplementação medicamentosa (respeitando sobretudo a faixa etária, o peso e valor de suplementação em específico) são essenciais. Em relação à leucemia, conseguimos nos prevenir evitando alguns fatores de risco, como os associados à exposição à radiação ionizante e a solventes orgânicos (benzeno) e pesticidas”, finaliza a médica.
Dra. Bianca Ribeiro Barreto | CRM 166231 | Hematologista Pediátrica | Prestadora de serviços do Hospital América de Mauá.
[/et_pb_text][/et_pb_column][/et_pb_row][/et_pb_section]