A atriz Lucy Ramos encanta por onde passa. Sempre com novos desafios, o mais atual foi encarar a protagonista Solange em “O Segundo Homem”, disponível no streaming Disney. Com currículo extenso, já atuou em 16 novelas como “Sinhá Moça”, “Salve Jorge” e “A Força do Querer” (Globo). Nas telonas participou de 7 longas, entre eles “Lucicreide vai para Marte” e “O Doutrinador” (Globoplay).
Quem vê tamanho sucesso nas artes cênicas pode pensar que estar na telinha era um sonho latente da morena, mas nem sempre foi assim, quando menina seu desejo mesmo era ser jogadora de futebol. Aos 13 anos foi zagueira em um time feminino e, na ocasião, seu técnico percebeu a beleza e potencial de Lucy e a indicou para uma agência de modelos, o que, a partir dali, iria transformar seus sonhos e projetos de vida. Confira o bate- papo na íntegra:
Expressão: Em sua essência, quem é Lucy Ramos?
Lucy Ramos: É uma mulher corajosa, determinada e que tem um olhar positivo para a vida. Apesar das dificuldades, das adversidades, eu procuro ver o melhor cenário ou o melhor caminho para seguir.
Expr.: Como foi a mudança do sonho de ser jogadora de Futebol para Modelo e Atriz? Você se imaginava nesse cenário?
L.R.: Na minha adolescência surgiu esse amor pelo o futebol e cheguei até a disputar campeonatos, e me imaginar uma jogadora profissional. Mas a vida me levou para um outro caminho. Meu professor de futebol me levou para minha primeira agência de modelo e, ao exercer a profissão, descobri a paixão pela atuação que me preenchia mais. Fico muito feliz em conseguir exercer a profissão que me dá prazer. Amo atuar.
Expr.: Em Janeiro o filme O Segundo Homem foi lançado na plataforma de Streaming Disney, no qual interpreta a professora Solange, que passou por episódios traumáticos e desenvolveu síndrome do pânico. Quais foram os desafios em relação a essa personagem?
L.R.: Solange é uma personagem muito interessante e complexa. Eu pesquisei muito para compô-la, conversei com pessoas que poderiam me auxiliar nesse processo, que já passaram por algo parecido. O mais difícil para mim foi criar essas emoções suaves e, ao mesmo tempo, intensas e naturais. Apesar de todos os episódios traumáticos, ela é uma mulher forte, corajosa e que luta para seguir adiante. São sentimentos e emoções conflitantes que eu quis ter muito cuidado na construção dela.
Expr.: O que esse personagem trouxe de novo pra você?
L.R.: Foi a primeira vez que fiz uma personagem inserida nesse contexto de violência, armas, uma atmosfera bem diferente do que já apresentei ao público anteriormente. Ela também lida com questões muito particulares como o estresse pós-traumático, estudar sobre o assunto e tentar fazer com que o público perceba essas questões foi um processo novo para mim.
Expr.: Qual reflexão você gostaria que o filme propusesse aos espectadores?
L.R.: Eu espero que proponha um bom debate de ideias. No filme nós deixamos em aberto justamente para que as pessoas pudessem explorar os seus pontos de vista, a gente deixou o nosso ali: mas e o seu? Gosto dessas provocações.
Expr.: Recentemente revelou ter passado por dificuldades ao residir em comunidades carentes quando era criança. Conte-nos um pouco sobre essa época?
L.R.: A minha família não tinha tantos recursos financeiros. Mas tinha uma mulher forte, guerreira que saiu de Recife (PE) praticamente com a roupa do corpo e com um sonho de uma vida melhor, minha mãe. Essa mulher cuidou dos três filhos sozinha na cidade grande, nunca deixou faltar nada, ela conseguia equilibrar o pouco que tinha. Muito do que eu sou, de quem eu me tornei, tem a ver com ela. A força, a resiliência e a persistência de buscar uma vida melhor.
Expr.: Foi campeã da Dança dos Famosos no programa Domingão do Faustão (Globo). A dança é uma paixão?
L.R.: A dança virou uma paixão pelo programa. Eu descobri o quanto eu gosto de dançar e o quanto é bom. A competição foi um compromisso meu comigo mesma, de vencer obstáculos e estar sempre me superando. É claro que eu queria ganhar, mas eu estava mais focada no meu processo do que na competição com os meus amigos. Eu amei ter participado.
Expr.: Comentou que pretende adotar um filho, quando surgir a vontade de ser mãe, de onde surgiu esse desejo?
L.R.: Nós não temos um plano definido. Temos uma relação maravilhosa, uma parceria… Se surgir um filho, será muito bem-vindo, mas não temos essa cobrança. Acho, inclusive, que esse tipo de pressão não deveria existir. A vida nos surpreende. Sempre! Eu aprendi isso. E cada um tem um jeito de ser feliz e de se realizar. Eu sou uma mulher muito realizada.
Expr.: Você e seu esposo, o diretor Thiago Luciano, lançaram em 2021 um concurso de roteiros, como foi essa experiência e de onde surgiu a ideia de ajudar pessoas dessa área na pandemia?
L.R.:Nossa ideia era descobrir novos talentos e dar visibilidade para eles. Com a pandemia, nós vimos o quanto o nosso setor foi afetado, o quanto as produções foram paralisadas e a oferta de trabalhos diminuídas. E foi muito legal as respostas que tivemos, todos os textos que chegaram. Agora nós vamos produzir o roteiro vencedor. É uma nova etapa, mas foi algo que eu e Thiago ficamos muito felizes de realizar.