Wanessa Camargo

A cantora, compositora e dançarina revela os desafios pós confinamento, no reality BBB 2024 (Globo), novidades da carreira e como concilia a vida pessoal com a fama.

Wanessa Godói Camargo, mais conhecida como Wanessa Camargo, recentemente completou 20 anos de uma carreira marcada por talento, versatilidade e constante reinvenção. Nascida em Goiânia, a cantora, compositora, atriz e apresentadora brasileira coleciona sucessos e fãs por todo o Brasil.

Em 2023, Wanessa celebrou essa trajetória memorável com o lançamento do EP “Fragmentos”, um presente para seus admiradores e um mergulho em suas diversas fases musicais. As três faixas inéditas do projeto conquistaram o público.

Já no início de sua carreira Wanessa lançou três álbuns homônimos, que produziram singles como “O Amor Não Deixa”, “Eu Quero Ser o Seu Amor” e “Sem Querer” e foram certificados com ouro pela Pro-Música Brasil.

Após ganhar reconhecimento como um ícone pop, Wanessa adotou uma imagem mais madura e teve maior participação na concepção de seu quarto álbum de estúdio. A musa continuou a explorar diferentes gêneros musicais em álbuns subsequentes, como “Total” (2007) e “Meu Momento” (2009), que incluiu sua primeira colaboração em inglês com o rapper Ja Rule, intitulada “Fly”.

Após uma fase dedicada à música eletrônica, Wanessa voltou ao seu repertório em português com baladas românticas. Seu sétimo álbum de estúdio, “DNA” (2011), combinou influências do pop e do R&B, e o projeto ainda gerou seu segundo álbum ao vivo, “DNA Tour” (2013).

A cantora continua a surpreender e encantar seus fãs com sua versatilidade e paixão pela música. Sua jornada artística é marcada por evolução constante e autenticidade, tornando-a uma das artistas mais queridas do Brasil.

Recentemente, Wanessa participou do BBB 2024. Durante o confinamento, enfrentou os desafios e a exposição intensa que o reality show proporciona.

Em entrevista exclusiva à Expressão, a cantora destacou como o confinamento a libertou da própria imagem, permitindo-lhe mostrar mais a realidade e repensar aspectos da vida, confira:


Expressão: Recentemente lançou o single “Caça Like”, inspirado nos desdobramentos de sua participação no BBB, fale um pouco a respeito desse projeto?
Wanessa Camargo: Esta canção aborda o papel das redes sociais em campanhas difamatórias e linchamentos virtuais em massa. Nunca antes havia percebido tão claramente como vídeos editados e fragmentados são amplamente compartilhados online, e como os “caça likes” não se preocupam em investigar a fundo. Pelo contrário, preferem ficar na superfície, lendo apenas as manchetes sem se aprofundar no conteúdo, para então mobilizar um movimento sem qualquer fundamento, surfando na onda do engajamento. Não é uma canção específica sobre mim, mas sobre toda a cultura contemporânea que vivemos.

Exp.: Você afirma que saiu do BBB muito mais resiliente. Quais foram as boas experiências que extraiu do desafio de ter participado do reality show?
W.C.: A experiência é muito difícil, sem dívidas. O confinamento e a saudade do pessoal daqui de fora é muito grande e pesa bastante. Eu curtia muito as festas por serem momentos de oxigenar o cérebro, sabe? Conseguíamos todos deixar o jogo de lado por algumas horas e só viver, se divertir. Os shows também eram fantásticos. É um privilégio ter nomes como Zeca Pagodinho no quintal para cantar para você. Também curtia a animação pré-prova. “Como que vai ser? Quem será que vai ganhar? O que eu vou fazer se ganhar? O que eu vou fazer se não ganhar?”. E por último, minha melhor experiência lá dentro foram as amizades e conexões que criei lá!
Exp.: Com quase 5 milhões de seguidores, como lida com as redes sociais? Você gosta de estar conectada? Ou faz algum filtro desse tempo dedicado as redes?
W.C.: Eu uso mais as redes sociais como ferramenta de trabalho. Já caí em algumas armadilhas no passado e hoje sei a importância de ter assuntos pessoais, que precisam de uma maior atenção, no âmbito pessoal mesmo. Eu tenho dois filhos então muito do meu tempo é dedicado a eles, faço sim esse filtro.

Exp.: Cantora, dançarina e compositora, como é ter em seu currículo músicas de sua autoria que, devido ao enorme sucesso, viraram hinos e ultrapassaram gerações?
W.C.: Eu fico muito feliz e orgulhosa dessa carreira de 23 anos de história! Tem algumas músicas que de fato foram além, mas o mais importante para mim é ver como o meu público se conecta com aquelas músicas. Até hoje tem muita gente que pede para eu cantar faixas do Lado B nos shows, aquelas músicas que nunca foram trabalhadas mas que eles amam. Acho isso incrível!

Exp.: Como é o seu processo criativo e inspiração para as suas letras de músicas?
W.C.: Eu entro no estúdio sem saber o que eu quero e como eu quero. É meio loucura, mas só quando eu começo a produzir as músicas que o caminho para o disco vai se desenhando.

Exp.: Como é a sua rotina? Você também cria as coreografias dos seus shows? Sempre gostou da arte da dança?
W.C.: Eu obviamente tenho muita troca de ideias, mas eu tenho um coreógrafo para os meus shows. Eu sempre amei dançar! Quando eu era bem jovem eu sonhava em ser bailarina pois eu tinha medo e vergonha de cantar. Eu queria ser atriz de musical, poder dançar e cantar no palco, mas não sendo cantora de fato. Quando eu iniciei a carreira, a dança era minha maior muleta no palco, pois eu sofria para me apresentar. Eu tinha uma vergonha absurda, fazer show era angustiante, então com a dança, eu passava o show inteiro focada na coreografia e nem precisava pensar em interagir com o público. Eu só fui mudar isso uns 15 anos atrás, onde tirei o ballet do palco e aprendi na marra a fazer shows apenas eu e a banda. Eu só reintroduzi o ballet quando eu sabia que ele não seria uma muleta, mas uma contribuição para o espetáculo.

Exp.: Na temática maternidade, como faz para conciliar a rotina de turnês, shows, ensaios e a rotina das crianças?
W.C.: É preciso ter uma agenda bem equilibrada para dar conta de tudo. Eu não trabalho mais no mesmo ritmo de quando eu tinha 20 anos, minhas prioridades são outras. Se os meus filhos precisam de mim, eles precisam de mim. É tudo questão de maturidade e saber dividir bem.

Exp.: Tem alguma novidade que pode antecipar aos leitores da Expressão?
W.C.: Eu pretendo tirar uma pequena pausa entre junho e julho para criar um novo material. Quero retornar no segundo semestre já com um novo corpo de trabalho pronto. Estou em um pico criativo e quero nesse momento produzir, produzir e produzir!