O mito de midas cabe muito bem à jornalista e apresentadora Patrícia Poeta, tudo que a gaúcha toca vira ouro. Atualmente, faz parte do time de apresentadoras do “É de Casa”, programa que é sucesso, nas manhãs de sábado da Rede Globo. Antes disso, esteve na bancada do Jornal Nacional, maior noticiário do Brasil. Dona de uma beleza exuberante, Patrícia, também comandou o programa de maior renome da Globo, o Fantástico, tendo contribuído, inclusive, para a criação de quadros famosos, como o “Anjo da Guarda”, por exemplo.
“Foi uma época muito bacana. Adorei poder usar o que aprendi no curso de cinema, em Nova York, e misturar jornalismo com entretenimento” relembra a apresentadora. Mas, se você pensa que tudo caiu do céu para Poeta, está enganado, foi necessário persistência: “Meu primeiro emprego eu consegui na Band levando uma fita (no tempo era fita) com uma matéria minha embaixo do braço. Eu batia de porta em porta. Literalmente. Sempre fui muito estudiosa e focada. E ainda sou”. Confira a entrevista na íntegra que a talentosa jornalista e apresentadora brasileira, concedeu a Expressão.Expressão: Atualmente faz parte do time de apresentadores do programa “É de Casa”, que tem um formato totalmente diferente do que já realizou. Como é a experiência de inovar a sua forma de apresentar?
Patrícia Poeta: Foi uma experiência super tranquila, de uma maneira orgânica, porque era algo que queria muito, que sonhava. Desde pequena brincava de apresentar programas de auditório. Eu era a apresentadora e um primo meu, muito querido e paciente, a plateia. Adoro essa apresentação mais solta, menos informal. No Fantástico, já criava quadros que misturavam jornalismo e entretenimento. Então, não era um mundo desconhecido pra mim. O que mudou mesmo foi a minha rotina e os meus horários.
Expr.: Apresentou o Jornal Nacional durante três anos e ainda atuou como produtora-executiva nesse mesmo tempo. Como foi estar à frente da bancada mais famosa do Brasil?
P.P: Foi ótimo. Fechei com chave de ouro meu ciclo de 20 anos como jornalista. Acumulei também a função de editora-chefe e apresentadora do Globo Notícia, o jornal que tínhamos à tarde. Também cuidava das chamadas do JN. A tarde era bem corrida. Mais ou menos às sete da noite, eu começava a ver as reportagens que estavam chegando. Checava todas. Era responsável também pelos plantões da tarde. Lembro que numa delas passei 8 horas no ar, narrando, chamando repórteres, sem pausa, durante as manifestaçōes pelo país, em 2013. Fiz ancoragens que pra mim foram marcantes nesse período: a escolha do novo Papa, diretamente do Vaticano, a visita dele ao Brasil, a Copa do Mundo no nosso país e as entrevistas com os candidatos à Presidência de 2014. Mas a primeira ancoragem do JN fora do estúdio foi no terreno, onde os prédios no Centro do Rio tinham desabado, no dia 25 de janeiro de 2012. Lembro até hoje do cheiro da fumaça e da luta dos bombeiros tentando encontrar alguma vítima nos escombros. É forte, óbvio que é forte, você estar no local onde tudo está acontecendo, onde ainda se esperava encontrar alguém vivo. Mas sempre há uma esperança. Expr.: Pouco tempo depois de formada foi contratada pela TV Globo e para isso teve que mudar de estado. Como foi encarar, na época, essa mudança tão grande?
P.P: Não foi fácil. Tinha apenas 20 anos. Na época trabalhava na Band, em Porto Alegre, fazendo matérias e apresentando o jornal local. Era muito apegada a minha família, mas tem uma hora que pra crescer é preciso sair da zona de conforto. Fiz o teste pra ser moça do tempo, na Globo, e passei. Como gosto de encarar novos desafios aceitei, me mudei para São Paulo e trabalhava nas madrugadas. Foi difícil, mas não me arrependo da decisão.
Expr.: Pôde passar um período fazendo coberturas no EUA. Como foram esses anos e quais aprendizados te trouxeram?
P.P: Nunca tinha morado no exterior. Foi um aprendizado inesquecível e enriquecedor para a minha vida pessoal e profissional. O maior deles: fui mãe! Meu filho nasceu lá. No campo profissional era correspondente da TV Globo e apresentava o Planeta Brasil. E ainda fiz uma pós-graduação, em cinema, na Universidade de Nova York. Foram cinco anos diferentes de tudo o que vivi e totalmente sem rotina. Como não tinha ninguém pra me ajudar com o Felipe, muitas vezes, o levava comigo para as aulas ou para o estúdio, porque não tinha com quem deixá-lo. Era meu chaveirinho.
Expr.: Outro marco em sua carreira foi em 2008 quando começou a apresentar o Fantástico (TV Globo) ao lado de Zeca Camargo. Sendo um dos programas de mais renome da emissora, como lidou com essa volta a TV?
P.P: Na verdade não foi uma volta à TV, mas uma volta ao Brasil. Durante os 5 anos que fiquei nos Estados Unidos trabalhei na TV como apresentadora do Planeta Brasil e correspondente. Fazia muitas coberturas para o Fantástico, desde entrevistas com astros de Hollywood, como cobertura de Oscar, ou seja, estava acostumada com a linguagem do programa. Tinha acabado de voltar dos Estados Unidos quando fui convidada a assumir a apresentação do programa ao lado do Zeca. Fui super bem recebida pela equipe. Foi uma época muito bacana. Adorei poder usar o que aprendi no curso de cinema em Nova York e misturar jornalismo com entretenimento, nos quadros que criei, como o Anjo da Guarda, por exemplo.
Expr.: Teve a oportunidade de passar pelos mais diversos formatos de programas. Em todos conquistou êxito, a que credita o seu sucesso?
P.P: Persistência. Meu primeiro emprego eu consegui (na Band) levando uma fita (no tempo era fita) com uma matéria minha embaixo do braço. Eu batia de porta em porta. Literalmente. Sempre fui muito estudiosa e focada. E ainda sou. Muitas vezes as pessoas acham que o sucesso cai de paraquedas, mas esquecem que pra cada sim você já levou vários nãos.
Expr.: Aos 43 anos, parece que o tempo a deixa cada dia mais bonita. Quais seus principais cuidados com a saúde?
P.P: Resolvi fazer uma reeducação alimentar há 4 anos porque meus exames de sangue estavam alterados e meu colesterol alto. Fiz por questão de saúde e o bônus foi perder 10 quilos. Venho mantendo o peso desde então. Faço ginástica, aulas de samba, caminho no calçadão, ballet fitness, yoga. Tento me manter ativa. Acho que o importante é fazer o corpo produzir serotonina, um antidepressivo natural. Como de tudo, em poucas quantidades, e se enfio o pé na jaca, compenso na refeição seguinte. Gosto de fazer jejum intermitente para dar uma desintoxicada no corpo. Não bebo álcool, porque não curto mesmo. Para pele faço alguns tratamentos que estimulam a produção de colágeno e sempre uso filtro solar, até mesmo quando vou passar o dia inteiro dentro do estúdio gravando. Nos cabelos faço hidratação de 15 em 15 dias com máscaras e ampolas.
Expr.: Também comandou o programa “Caixa de Costura”, exibido pelo GNT. Mais um novo formato na sua carreira, quais os maiores desafios em apresentar um reality show?
P.P: Adorei o desafio, a linguagem nova. Gosto muito desse tema. Cobria os desfiles em Nova York nas semanas de moda. E gosto de ter contato com as pessoas, de ouvir histórias…Por isso que quis ir para o entretenimento. No “Caixa de Costura” sofria junto com os participantes. Às vezes queria que ninguém fosse eliminado, porque me apegava. Como gravei na mesma época que apresentava o É de Casa tinha que ser nos meus dias de folga ou fim de semana. Teve dia que fiquei mais de 13 horas no estúdio, mas confesso que nem via o tempo passar.