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A atriz se despede da personagem Doralice, de “Segundo Sol” e já está cotada para o próximo longa “L.O.C.A”. Aqui, a bela revela a sua fascinante trajetória profissional e como a maternidade transformou a sua vida!
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Roberta Rodrigues está em sua melhor fase, mãe da pequena Linda Flor e com a carreira profissional de vento em popa, acaba de se despedir de sua personagem Doralice, em “Segundo Sol” (Globo), que teve grande repercussão por abordar a polêmica dos relacionamentos abusivos e já engata nas gravações de mais um filme, o “L.O.C.A”, são mais de 15 longas no currículo da morena, além de um projeto para o YouTube.
Roberta sempre foi muito determinada, nascida e crescida no Morro do Vidigal, começou sua carreira aos 16 anos, em um grupo teatral no qual forma técnicos e artistas de regiões carentes do Rio de Janeiro, logo após foi convidada a participar do longa “Cidade de Deus”, onde ganhou a atenção de todos. No mesmo ano foi convidada para a série “Cidade dos Homens” e no ano seguinte para a telenovela do horário nobre “Mulheres Apaixonadas”, da Rede Globo.
Além de atriz a bela também é cantora, tendo participado de duas bandas a antiga “Linda flor” e o grupo “Melanina Carioca”.
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Expressão: Atuou no folhetim “Segundo Sol”, no qual sua personagem “Doralice” vivia um relacionamento abusivo, antes de botar um fim a relação com “Ionan”. Como foi tratar de um assunto tão pesado e que infelizmente acontece muito em nossa sociedade?
Roberta Rodrigues: Foi muito importante pra mim, recebi relatos de mulheres que se identificaram com a personagem e sendo assim, procuraram tratamento. Tem gente que acha engraçado, mas não é. O ciúme tem que ser natural e não passar dos limites. Se falta o respeito, tem que ter cuidado, procurar médico, ajuda.
Exp.: Começou a carreira de atriz aos 16 anos de idade, na peça teatral “Nós No Morro”, que forma técnicos e artistas em diversas regiões carentes do Rio de Janeiro. Conte-nos como foi participar deste projeto?
R.R.: Frequentava o projeto em busca de oportunidades. Ali me descobri como atriz. Me inspirava nos meus colegas e professores. O projeto, tem muitos talentos incríveis no casting e traz à essas pessoas o amor à arte, que acaba desviando muita gente do mundo do crime.
Exp.: Através do grupo teatral teve a chance de iniciar papéis em longas, sendo convidada, para o premiado “Cidade de Deus”, de Fernando Meirelles. Foi uma experiência marcante?
R.R.: “Cidade de Deus” é algo que move alguma coisinha dentro da caixinha que é diferente, é como se fosse o primeiro filho. Tenho muito carinho pelo filme. Foi meu primeiro grande papel! Não só por isso, mas pelo alcance que ele teve, no mundo todo. E ainda tem toda essa repercussão, até hoje recebo muitas mensagens por causa do filme. Sou extremamente grata ao Fernando Meirelles pela oportunidade que me deu em que pude mostrar meu talento para tantas pessoas.
Exp.: Já no ano de 2003 foi convidada a participar da série “Cidade dos Homens” que, assim como “Cidade de Deus” aborda o tráfico e a violência urbana, o fato de na época residir no Morro do Vidigal, contribuiu com a imersão em sua atuação? Ou não?
R.R.: Eu cresci no morro, na rotina da favela! Já vi e vivi muita coisa. Então, de certa forma, isso acaba ajudando um pouco no que pude trazer à trama com a minha personagem.
Exp.: Como foi ser criada no Morro do Vidigal? Acredita que as Políticas Públicas de melhorias sociais estão em processo de evolução, ou não? Você é uma mulher socialmente ativa?
R.R.: Sou muito grata a esse lugar, que é o meu lugar, lugar da minha família, lugar que me transformou. Eu vim do teatro, onde fazíamos peças para não ganhar nada, às vezes, mal tínhamos o almoço e o jantar. Ficávamos o dia todo trabalhando e ensaiando, mas alguém me escolheu. Sei que tem uma galera que infelizmente não consegue. Acho um pecado que nossos governantes não invistam na arte, porque acredito que é a única coisa que realmente transforma e consegue fazer com que o ser humano se livre de suas mazelas. Infelizmente nosso país não valoriza ninguém, seja o artista, o teatro ou o músico. Temos que nos unir e batalhar e enquanto isso não acontecer nada vai mudar. Fico triste por termos no teatro tantos artistas incríveis em peças sem patrocínio. Não sei o que pensar e não consigo ter sabedoria para saber aonde iremos parar com essa loucura que está acontecendo no Brasil. Ajudo e incluo jovens em projetos sempre que posso.
Exp.: Além de atriz, também é cantora, tendo participado do extinto grupo “Fina Flor” denominado depois de “Linda flor”, formado por outras atrizes. Também participou do grupo de hip hop “Melanina Carioca”, formado com amigos do Vidigal. Como concilia a música com a dramaturgia?
R.R.: Tudo é arte, então, tudo me encanta, assim era fácil. Acho que música e dramaturgia caminham juntos, cantar também é uma forma de interpretar, a música me trouxe muitas alegrias, sensações que eu jamais conseguiria descrever.
Exp.: No cinema, tem no currículo 15 filmes entre eles “Apaixonados – O Filme”, “Sorria, Você Está sendo Filmado”, “Garrincha”, “Nise da Silveira” e “5X Favela”, que te levou a Cannes, indicada como Melhor Atriz Coadjuvante. Gosta de atuar nos cinemas? Tem projetos?
R.R.: Amo! Eu sou louca por cinema, a pegada é completamente outra, é tudo muito diferente, acredito que até o público do cinema seja diferente e é um público extremamente fiel, estão sempre acompanhando tudo que sai nas telonas. Estou filmando agora o filme “L.O.C.A”, está sendo uma experiência incrível ao lado de atores maravilhosos como Mariana Ximenes, Fábio Assunção, Déborah Lamm, Maria Luiza Mendonça. Estou amando.
Exp.: O nascimento de Linda Flor trouxe amadurecimento?
R.R.: MUITO. O nascimento de um filho muda a vida de qualquer pessoa, é uma vida dependendo da sua vida. A minha filha me trouxe maturidade, me mostrou um novo mundo. Tudo o que faço é pensando nela!
Exp.: Como concilia o trabalho com a rotina de mãe?
R.R.: Todo meu tempo livre é dedicado a ela e ao meu marido. Em todas as minhas folgas aproveito para estar com ela, brincamos, passeamos. Temos o Gabriel, filho do Gui, meu marido, que está sempre que pode conosco.
Exp.: Com o final da novela pode nos adiantar os projetos futuros?
R.R.: A vida não para. Nem tive férias já comecei o filme. Estou analisando o que farei após o filme. Mas tenho um projeto de um canal no YouTube com a Luana Xavier que queremos muito colocar em prática logo.
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