Alanis Guillen

A Juma de Pantanal fala com exclusividade sobre o início da sua carreira, personagem e seu carinho pela sua cidade natal, Santo André

A Andreense que teve seu primeiro papel na emissora em 2019, como protagonista da Malhação, agora está fazendo sucesso no horário nobre da rede Globo, com a personagem Juma Marruá. Conversamos com ela para saber como está sendo esse momento na sua vida. Confira!

Expressão: Alanis, conte para nós quando e como foi o início da sua carreira?
Alanis Guillen: Acredito que minha carreira se inicia ainda na minha infância quando fiz algumas campanhas, comerciais, mas só na adolescência que fui me profissionalizar, fui estudar teatro e ali que foi quando tomei consciência das direções que queria seguir, e os trabalhos foram se dando, se expandindo as oportunidades e, agora, onde me encontro.

Expr.: Como está sendo o desafio de interpretar uma personagem tão importante para dramaturgia?
A.G.: Viver a Juma hoje, é um desafio grandioso, de muito aprendizado. Aprendo muito com ela, com o público, e além de aprender muito, tem sido um processo de transformação em todos os âmbitos da minha vida.

Expr.: Quão divisor está sendo a sua carreira com a personagem Juma?
A.G.: Eu estou nesse processo da elaboração do que tem sido viver essa personagem, como eu disse é muito aprendizado, muitas transformações e tenho me sentido com as possibildades se abrindo cada vez mais.

Expr.: Como está sendo gravar com tantos nomes importantes para a dramaturgia brasileira?
A.G.: É um grande privilégio estar ao lado de nomes tão importantes para a dramaturgia brasileira. Eu tenho aprendido muito com eles, dividir essa história, dividir esse momento da minha vida com mestres, além de mestres brasileiros, são pessoas de um coração, de uma sabedoria, de uma inteligência, de uma profundidade, de um comprometimento, de uma posição social muito maravilhosa. Então, é realmente o melhor dos mundos que eu poderia imaginar. É realmente um presente.

Expr.: Podemos observar a sua entrega total com a personagem, como foi a preparação para interpretar a Juma?
A.G.: A Juma realmente exige um estado de presença, de entrega muito grande. Desde que ela chegou na minha vida fui me preparando da maneira que eu pude, tanto fisicamente preparando o corpo para estar no mundo da forma que ela está, da forma que ela é, e mesmo me preparando, é no set, no dia a dia, a cada cena que eu descubro o que ela precisa, e como eu posso entregar entregar isso à ela. Eu me preparo todo dia, me deixa ser atravessada e está sendo um processo muito potente.

“A Juma realmente exige um estado de presença, de entrega muito grande. ”

Expr.: Você é uma mulher criada na cidade grande, como está sendo as gravações no Pantanal?
A.G.: Pois é, eu cresci em Santo André, São Paulo, sou muito urbana, mas quando eu estou na natureza é onde eu mais me sinto livre, é onde meu coração canta, é onde meu corpo se expressa da forma mais pura e sincera. E eu fui descobrindo isso na adolescência, quando fui fazer viagens e fui me conectando mais com essa força da natureza. Mas mesmo assim, tendo um contato próximo com a natureza, viver no Pantanal é um desafio para qualquer pessoa. É um clima muito intenso, são os extremos, ou é muito quente ou é muito frio, fomos sempre em período de seca, inclusive o Pantanal está passando por um dos momentos aterrorizantes da história, de muita seca, os animais estão em completo desequilíbrio, a natureza está clamando por socorro. A gente viveu ali com todas essas circunstâncias, de calor extremo e de muito frio também e pouca água. E o corpo reage, à temperatura, aos animais, mas eu fui encontrando formas de me sustentar naquilo que o trabalho me pedia. Eu amo realmente a natureza ali fui encontrando uma forma de entrar um pouco naquele ritmo, naquela atmosfera. Foi um prazer tão grande também estar no coração do Brasil, que tudo a gente ia driblando, estávamos bem amparados com médicos e tudo mais, então foi desafiador mas foi tranquilo.

Expr.: Temos muitas notícias falando sobre o seu relacionamento com o ator Jesuíta Barbosa, pode falar para nós?
A.L.: Meu relacionamento com Jesuíta Barbosa é de uma amizade, de uma admiração muito preciosa, eu admiro esse artista, essa pessoa, esse homem, essa figura, eu não sei nem dizer o tamanho. É engraçado, a gente dá muita risada com as fofocas e as fake news, mas é porque a gente tem essa conexão de muita empatia, de muito carinho, de muito amor, e as pessoas acabam interpretando um carinho da forma que elas querem e a gente acha interessante, porque a gente não vai deixar de demonstrar carinho e afeto independentemente do que as pessoas irão criar.

Expr.: Em uma entrevista você revelou ter sofrido assédio, o quão importante falar sobre e qual mensagem você deixa aqui para as mulheres que já passaram por isso e não tiveram coragem de denunciar?
A.L.: Sobre o assédio a nós mulheres, aos nossos corpos, as nossas vidas, eu sinto que cada vez mais a gente tem se fortalecido uma na outra, e é realmente muito importante a gente conseguir falar sobre isso, seja com uma amiga, uma mãe, amigo é importante a gente abrir o diálogo com os homens que a gente ama, que estão ao nosso lado e se manter sempre atenta a gente sabe quando é algo que está invadindo a nossa privacidade, quando está invadindo nosso corpo, quando está invadindo a nós.
Cada vez mais a gente está atenta a nossa intuição em primeiro lugar, atenta ao que a gente sabe e o que sente, e buscar a melhor forma de se proteger e de denunciar. As pessoas, os homens que praticam assédio com a gente precisam pagar e se colocar no lugar de responsabilidade, a gente não pode mais se calar e deixar com que eles continuem agindo de forma violenta de forma invasiva.

“As pessoas, os homens que praticam assédio com a gente precisam pagar e se colocar no lugar de responsabilidade”

Expr.: O que sente mais falta da sua cidade natal, Santo André? Você ainda vem à cidade?
A.L.: Eu amo Santo André, e o que mais sinto falta é do meu bairro, ir na feira da Firestone, encontrar meus amigos, adoro estar em casa, estar com a minha família, minha rua é muito gostosa, meus vizinhos, é onde eu cresci e nasci, não consigo nem explicar, é motivo, um lugar de memória emotiva, afeto. Lembro de toda minha família, da minha avó, do meu tio, da minha história, eu amo.
Sempre estou por aí, toda folga que eu tenho, dou uma corrida para ver meus pais e meus amigos, para me reconectar, me sinto muito bem aí e, por isso, que eu sempre volto e sempre voltarei.
Meus pais também são muito apegados a Santo André, para sempre vai ser uma relação de casa, é minha casa, meu chão.

Expr.: Alanis, para quem está começando na carreira de atriz, você tem alguma dica?
A.L.: Para quem deseja ser atriz ou ator, buscar estudo em primeiro lugar, é estudar, consumir arte, pesquisar, assistir muita peça, filmes, ver o que está rolando e as notícias e, seguir o coração.