Maria Casadevall

Protagonista da série Ilha De Ferro (Globo) fala sobre o novo projeto, aspirações e o romance com Larissa Mares

A atriz e produtora Maria Casadevall junto com o seu colega de elenco e ator Cauã Reymond, voltam a tela da Globo com a série “Ilha de Ferro”, originalmente produzida e exibida pelo Globoplay.
No drama, os dois vivem uma relação conflituosa dentro de uma plataforma de petróleo. Julia, personagem da Casadevall, assume o posto de gerente da plataforma, criando um atrito com Dante, personagem de Cauã Reymond.
Estrelada por Maria Casadevall, Cauã Reymond, Klebber Toledo e Sophie Charlotte, Ilha de Ferro mostra a vida dupla dos funcionários que trabalham na plataforma de petróleo e os desafios de encarar uma rotina cheia de trabalho e longe da cidade. Veja, aqui, a entrevista completa com a atriz!

“A vida dentro de uma plataforma de petróleo, sobretudo nas plataformas em alto mar, é pautada pela experiência do coletivo.”

Expr.: Na série Ilha de Ferro, exibida pelo Globoplay, você interpreta Julia. Como está sendo esse projeto?
M.C.: Julia é uma gerente de plataforma. Sua primeira experiência offshore é uma responsabilidade que ela está totalmente apta a assumir, porém, por ser uma mulher inserida neste contexto masculinizado, além de todos os desafios profissionais é também obrigada a lidar cotidianamente com o machismo instituído neste meio para garantir o espaço de atuação que lhe é de direito.

Este foi um projeto em que me identifiquei muito com a postura política e ideológica da personagem, neta de um lutador e líder das lutas sindicais dos anos 70 pela nacionalização do petróleo, Julia se coloca contra as políticas de privatização e venda das tecnologias nacionais para empresas estrangeiras.

Expressão: Quando você sentiu a importância de levar o pensamento feminista às suas redes sociais? Você sente o público receptivo com a temática?
Maria Casadevall: Acredito que há algum tempo a página conta com um número de seguidores dispostos à reflexão politica pois as pautas feministas sempre fizeram parte das minhas postagens, tanto implícita quanto explicitamente.

E a criação da “Espaça Coletiva” veio para somar e concretizar a importância do coletivo e da diversidade para um debate honesto sobre o mundo em que vivemos e as mudanças reais, politicas, econômicas e sociais que visionamos enquanto mulheres.

Expr.: Quase ninguém sabe como é a rotina de uma plataforma petrolífera. Quais experiências desse lugar marcou você?
M.C.: A vida dentro de uma plataforma de petróleo, sobretudo nas plataformas em alto mar, é pautada pela experiência do coletivo, pela tensão do trabalho pesado e arriscado, pela saudade e também pela solidão, pelo isolamento.
É um contexto complexo em que todas as relações interpessoais parecem ganhar uma força e importância que talvez não existiriam num contexto “normal” de trabalho, e é justamente aí que nasce a autenticidade deste roteiro e da trama que envolve cada uma dessas personagens, suas paixões, seus medos, suas escolhas, suas realizações, etc.

“As pautas feministas sempre fizeram parte das minhas postagens, tanto implícita quanto explicitamente”

Expr.: Agora falando de uma possível carreira internacional. Você tem sonhos ou projetos para trabalhar lá fora?
M.C.: Existe interesse em trabalhar com diferentes culturas, enfrentar o desafio de atuar em outro idioma, conhecer outras perspectivas de abordagens e profissionais independentes e corajosas que estejam querendo contar histórias em que eu acredite, e que queiram abordar temas que considero importantes e urgentes.

Expr.: Em 2017 você produziu e atuou junto com o diretor Fernando Leal no curta-metragem “A Ordem do Caos… Ou”, pela produtora LDS Films, que foi selecionado para o Festival de Cannes. Como foi para você essa experiência de produzir e atuar ao mesmo tempo?
M.C.: Foi uma experiência de muito aprendizado fazer cinema autoral entre amigos e sermos contemplados com a possibilidade de ver o filme sendo exibido em um festival como o de Cannes.

Expr.: Como foi a sua rotina de cuidados com o corpo e mente durante a pandemia?
M.C.: Meditação, dança intuitiva, longas conversas com minha companheira, longos silêncios, caminhadas, muita leitura, filmes, tambor, canto, cozinha e por aí vai.

Expr.: Como foi sua experiência nas redes sociais após assumir a sua namorada?
M.C.: Independente de eu ter assumido um relacionamento lésbico, a minha relação com o Instagram e agora como ocupante desta página junto com outras mulheres, tem sido uma experiência de acolhimento e força.

“Existe interesse em trabalhar com diferentes culturas, enfrentar o desafio de atuar em outro idioma”