Com 25 anos de carreira, a atriz Regiane Alves (44) se orgulha em somar grandes sucessos em sua trajetória profissional, através de suas brilhantes atuações em novelas globais como: Laços de Família, interpretando Clara, Páginas da Vida, como Alice, Mulheres Apaixonadas, como Dóris, entre tantas outras. A atriz representou temas fortes na teledramaturgia, que foram essenciais para mudanças na sociedade, personagens esses que deixaram um legado na memória do público brasileiro.
Em seu mais recente projeto nas telinhas, com a novela “Vai na Fé” (Globo), sua personagem Clara também teve grande repercussão, ao abordar questões como a violência doméstica e relacionamentos homoafetivos.

Aqui, Regiane conta sobre seu início de carreira, ainda no ABC Paulista, sua trajetória e realizações profissionais, seus próximos planos, além de compartilhar sua história com a maternidade e cuidados pessoais em sua rotina. Confira:

Expressão: Quando surgiu o interesse e paixão pelas artes cênicas? Como foi o início de sua carreira?
Regiane Alves: No colégio, já participava de concursos de poesia, danças e coreografias, mas comecei minha carreira como modelo, com 13 anos, e fiz grandes campanhas publicitárias. Quatro anos depois, fui fazer a Oficina de atores da Globo e, aos 19, fiz minha estreia na televisão,interpretando a Clara, personagem de “Fascinação”, uma novela do Walcyr Carrasco. Com 20 anos, entrei na Globo fazendo “A muralha”, e participei de vários outros projetos desde então.


Exp.: Entre as gravações e outros compromissos profissionais, quais são os seus segredos para não deixar de lado os cuidados com o corpo e mente? Quais são os seus hábitos de autocuidado?
R. A.: Eu tomo muita água, faço pilates, ioga, pratico exercícios funcionais e tento cuidar da minha alimentação, mas também me permito exagerar um pouco em algumas ocasiões. Dormir e controlar os níveis de estresse também são pontos essenciais. Acredito que tudo esteja em conjunto, quando estamos bem mentalmente, o corpo responde da mesma forma.

Exp.: Você morou em Santo André, no ABC Paulista, por um tempo, quais são suas principais recordações dessa época? Ainda visita a cidade com frequência?
R. A.: Eu nasci em Santo André e morei lá até os meus 19 anos, e tenho muitas recordações do colégio e dos meus amigos da época em que estudei no SESI. Frequentava muito a casa de uma tia, aos sábados, junto com meu irmão e costumávamos brincar com nossos dois primos, que tinham nossa idade. Também me lembro de brincar em uma praça, na frente da minha casa, o que me trazia muita alegria. Ainda tenho parentes que moram por lá, mas não visito o município com tanta frequência, devido aos meus compromissos profissionais.

Exp.: Sabemos que você é mãe de dois meninos, Antonio e Gabriel, a maternidade sempre foi um desejo? Enfrentou muitos desafios para equilibrar a carreira e a vida como mãe?
R. A.: A maternidade surgiu para mim aos 30 anos de idade. Demorei cerca de cinco anos para conseguir engravidar, e meu primeiro filho veio após esse longo período de tratamento. Acho que todo esse tempo de espera me fez olhar para a maternidade com outros olhos, com mais disposição. Eu estava realizando um sonho, sonhando em deixar um futuro melhor para essas crianças. É claro que existe um desafio entre ser mãe e artista, e construir esse relacionamento afetivo também é uma questão de paciência e equilíbrio. Costumo dizer que, por vezes, me sinto como um “polvo”, que usa seus tentáculos para tentar resolver todas as situações da melhor forma possível. Mas a maternidade é algo que me traz muito prazer e orgulho, apesar de ser um trabalho insano, já que educar é algo muito difícil, mas feito com muito amor por mim.

Exp.: Com o fim das gravações de “Vai na Fé”, quais são seus próximos passos na carreira?
R. A.: Irei fazer uma peça, em São Paulo, de um texto em espanhol chamado “Nosso irmão”, que estreia em novembro.

Exp.: Sua personagem e a de Priscila Sztejnman tiveram cenas importantes para a representatividade de casais homoafetivos, e a trama causou polêmica quando a famosa cena do primeiro beijo entre as duas personagens foi cortada em um dos capítulos, sendo exibida apenas depois do clamor popular. Como foi receber tanto apoio do público nessa questão?
R. A.: Receber o apoio do público foi algo que fez toda a diferença, até mesmo para o fim da trama da novela, que também foi algo muito especial, e que acredito que tenha tido influência desse apoio também. Percebi que era uma parte da sociedade que desejava ser vista, representada e respeitada, e acho que fizemos isso da melhor forma possível, com muito respeito, delicadeza e comprometimento. Entendemos que cada passo entre as personagens, seja um abraço ou um toque entre as mãos, era algo que dizia muito, então eu e a Priscila sempre tivemos essa disponibilidade, enquanto atrizes, de contar uma história de amor como qualquer outro casal.

Exp.: No início dos anos 2000, a trama de sua famosa personagem Dóris, em “Mulheres Apaixonadas”, colaborou para a aprovação do Estatuto do Idoso, e atualmente está em reprise no Vale a Pena Ver de Novo. Já em “Vai na fé”, sua personagem representa uma figura importante contra a Violência Doméstica e a favor dos direitos da comunidade LGBTQIAPN+. Como é ter duas personagens tão importantes no ar simultaneamente?
R. A.: Eu acho que, realmente, são duas personagens muito importantes e marcantes em minha vida, que levam questões tão importantes para a sociedade. Na época de Mulheres Apaixonadas, nós ainda não falávamos muito sobre os idosos e o que fazer com os direitos dessa parte da população que estava envelhecendo. Nesta época, foi aprovado o Estatuto do Idoso, e minha personagem é uma figura muito lembrada até os dias de hoje por esse motivo. Agora, acho que, novamente, eu vivi uma personagem muito popular, que também ficará na memória do público. Para mim, a sensação principal é de gratidão por estar fazendo parte de discussões e assuntos tão importantes para a sociedade.