Da ginástica aos palcos, do programa da Xuxa às grandes produções de telenovelas, a atriz Bianca Rinaldi sempre demonstrou sua versatilidade e veia artística. Protagonista de grandes sucessos da TV, como a personagem icônica Isaura, na novela “Escrava Isaura”, Arminda, em “Ribeirão do Tempo” e Maria, em “Caminhos do Coração”, a atriz, atualmente, enfrenta novos desafios de volta às telinhas do SBT, após 20 anos longe da emissora.

No papel de Vera Monteiro, em “A infância de Romeu e Julieta”, Bianca contou à Expressão como está sendo voltar às produções do canal e como equilibra sua rotina agitada com os cuidados com a saúde e o corpo. Confira:

Expressão: Antes de entrar para o teatro, você já foi ginasta e venceu um concurso para tornar-se uma das paquitas da Xuxa, quais lembranças e aprendizados você leva desta época?
Bianca Rinaldi: Nossa, tantas lembranças boas! As competições eram muito especiais e os treinos também eram prazerosos, mesmo que eu vivesse dificuldades ou precisasse vencer desafios. Esse período me ajudou a construir uma coisa que depois se tornaria essencial na minha carreira de atriz, que é a disciplina. É preciso ter muita, principalmente para decorar texto e estar pronta no momento que for necessário. Desenvolvi ainda a paciência, a perseverança e, de certa forma, um estoicismo. Foi essencial para a minha trajetória ter passado por essa experiência.

Exp.: Em que momento decidiu seguir a carreira de atriz?
B. R.: Enquanto eu estive com a Xuxa, pude participar de dois filmes ainda como paquita. Essa experiência ficou latejando em mim e, quando meu período no programa chegou ao fim, fui estudar teatro. Daí, nas aulas, um mundo muito novo se abriu pra mim, foi como se eu finalmente encontrasse o que eu nasci para fazer, sabe? Daí como eu ainda estava na Globo, ainda era contratada, fui fazer alguns testes e acabei fazendo algumas novelas, até que no SBT tive a oportunidade de fazer minha primeira protagonista e o resto é história…

Exp.: Você possui grandes sucessos na TV, como a personagem Isaura, na novela “A escrava Isaura” da TV Record, mas também fez parte de muitas produções no teatro. Alguma possui espaço um especial no seu coração?
B.R.: É muito difícil escolher, porque cada uma traz uma história própria. A Isaura foi muito especial, porque foi um desafio que eu consegui superar, que foi fazer a mesma personagem icônica da Lucélia Santos e conseguir dar minha cara, dar minha própria voz à essa personagem, sabe? Há ainda “Caminhos do Coração”, que tem um lugar especial no coração dos meus fãs. Mas acho que posso citar, como uma produção que possui espaço especial no meu coração, a novela “Ribeirão do Tempo”, porque foi a última vez que contracenei com um grande e saudoso amigo, o Caio Junqueira, de quem eu sinto muitas saudades e acho que faz muita falta para nosso mercado, nosso cenário como um todo.

Exp.: Como têm sido a volta para as novelas do SBT, em “A infância de Romeu e Julieta”, após 20 anos fora da emissora?
B.R.: Acho que a palavra que melhor define esse momento é “festa”. Tem sido uma festa sem fim, porque é um sentimento de voltar para casa e voltar renovada, mais madura e me sentindo super jovem com esse elenco de garotos e garotas que me dão sempre uma injeção de ânimo. Eu estou vivendo um momento delicioso!

Exp.: Nos conte mais sobre sua personagem na novela e como tem sido atuar em uma produção voltada para o público infantil.
B.R.: A Vera é uma mulher muito interessante, porque ela traz essa característica da superproteção com o Romeu, devido ao trauma de quase ter perdido o filho, ao mesmo tempo que é uma mulher muito forte, muito determinada, que tem um objetivo muito claro e não mede esforços para chegar até ele. No começo da novela, algumas pessoas julgavam que ela era a vilã, depois perceberam que não tinha isso, não tinha essa vilania, tinha sim um caráter um pouco duro, um pouco forte demais nela. Mas mesmo tendo tudo isso, ela é uma mulher apaixonada pelo marido, é uma mulher que se diverte e não gosta de admitir, mas tem um carinho por toda aquela família estendida. Eu tenho adorado.

Exp.: Você irá lançar um podcast neste ano, de onde surgiu a vontade de iniciar esse projeto? De quais assuntos pretende tratar no seu programa?
B.R.: Eu tenho esse desejo de fazer um podcast há algum tempo. Eu adoro o formato, sou uma consumidora de podcasts e, principalmente, de mesacast. Acho que é uma forma de comunicação dinâmica, rica e muito divertida quando é bem feita. E o tema, relações familiares, me interessa ainda mais, porque eu sempre falei sobre isso nas minhas redes, principalmente, agora durante o amadurecimento das minhas filhas gêmeas. Eu quero levar essa experiência de dentro de casa para a casa de cada pessoa que estiver assistindo ou ouvindo.

Exp.: Falando sobre seu lado “influenciadora digital”, como é conciliar o trabalho nas redes com a atuação? O que você busca abordar no dia a dia? Como é sua relação com seus seguidores e fãs?
B.R.: É difícil, porque é uma ferramenta que parece muito simples, e, de fato, é se você nasceu inserida nesse novo mundo pós-revolução digital. Minhas filhas entendem tudo, sabem tudo, é como se tivessem nascido com um smartphone nas mãos, enquanto eu sou da geração que ainda escrevia cartas. Claro que me adaptei, claro que adoro, claro que, se deixar, passo horas vendo de tudo no Instagram, mas, às vezes, eu me esqueço que preciso postar, que preciso engajar, que preciso fazer coisas que estão além da minha espontaneidade. Eu adoro conversar com meus fãs, eu leio tudo o que escrevem, tudo mesmo! Vejo inbox, vejo comentários, vejo marcações, eles são incríveis e eu adoro trocar experiências, ler relatos, aprender ou só jogar papo fora. Na pandemia, eu fiz algumas lives que me aproximaram, ainda mais, dos meus fãs e foi muito gostoso, foi um quentinho no coração no meio de tanta tragédia.

Exp.: Nas redes, você é sempre muito elogiada pela boa forma, como faz para manter a saúde e o físico mesmo com a correria da rotina?
B.R.: Não tem segredo, o que faço é manter uma alimentação regrada e praticar exercício físico. Começar nem sempre é fácil, mas depois do primeiro mês, você pega o embalo e vai, é excelente. Eu durmo e acordo cedo, tomo café, não pulo refeições e, mesmo com a loucura das gravações, tenho sempre uma marmitinha comigo. É tudo muito gostoso, porque comida para ter graça tem que ter gosto.