Regiane Alves

“Assistir hoje à novela, depois de 17 anos, eu percebo como a trama ainda é atual e necessária. O que me faz pensar que não evoluímos tanto nessas duas décadas, infelizmente.”

A andreense e atriz nacionalmente consagrada Regiane Alves levou o nome da cidade de Santo André para o Brasil com seu talento que há mais de 20 anos abrilhanta nossas telinhas. Desde o seu início nas artes cênicas, já como protagonista do sucesso Fascinação (SBT), como Ana Clara, que as portas para o estrelato se abriram para essa descendente de italianos. Atualmente seus projetos foram interrompidos por conta da pandemia, mas você pode aguardar que a morena estará na próxima temporada de Malhação, no qual será gravada em 2021. Por enquanto, pode se esbaldar com sua atuação nos remakes “Mulheres Apaixonadas”, como Dóris (Canal Viva), que ficou marcada por sua crueldade em maltratar idosos e ‘Laços de Família’, como Clara (TV Globo), outra personagem que ficou na história. A bela atriz, aliás, já soma mais de 24 produções televisivas, dezenas de produções cinematográficas, além de ser presença marcante no teatro também, sem falar nas indicações e prêmios recebidos como Prêmio Shell, Melhores do Ano, Prêmio Quem de televisão, entre outros. A bela também se encontrou na maternidade é mãe de dois meninos, os pequenos João Gabriel e Antonio. Veja a entrevista na íntegra.

Expressão: Mesmo longe da TV, por conta da pandemia do novo coronavírus, está presente em duas novelas reprisadas: ‘Mulheres Apaixonadas’, como Dóris (Canal Viva) e ‘Laços de Família’, como Clara (TV Globo). Conte-nos como é estar em duas novelas ao mesmo tempo?
Regiane Alves: Se não fosse o momento que nós estamos vivendo, eu diria que fiquei muito feliz com esses trabalhos sendo exibidos. São dois projetos especiais e que eu amei fazer. E num momento importante da minha vida. Clara foi minha primeira novela no horário nobre da Globo. Antes eu tinha feito a série A Muralha. E a Dóris foi meu segundo trabalho com o Maneco e ele me confiou uma personagem importante da história dele. Rever esses dois trabalhos é muito gostoso, ainda mais com esse distanciamento do tempo. Tinha 20 e pouquinho nessas duas novelas, estava naquela fase de querer me realizar, de conquistar o meu espaço. Hoje eu estou num outro lugar. Fiz papéis legais, trabalhos dos quais eu me orgulho, tive meus filhos… É interessante olhar o início de uma história.

Expr.: Em seu papel como Dóris em ‘Mulheres Apaixonadas’ era muito cruel e maltratava os idosos, isso marcou você? Como se sente hoje assistindo a essa personagem?
R.A.: Ela era uma personagem muito forte. Dóris era inconsequente. Ela agia sem pensar. Não se importava com o sentimento dos outros, muito menos o dos avós. Tive cenas muito densas e marcantes. Tive a honra de ter como parceiros aquelas duas feras que eram o Oswaldo Louzada e a Carmen Silva. Assistir hoje à novela, depois de 17 anos, eu percebo como a trama ainda é atual e necessária. O que me faz pensar que não evoluímos tantos nessas duas décadas, infelizmente. Vale assistir e refletir sobre os temas tão bem trabalhados pelo Maneco.

Expr.: No cinema recentemente atuou em “Divaldo – O mensageiro da paz”. O cinema é uma paixão? Tem novos projetos em vista?
R.A.: Eu sou atriz. Amo atuar. Amo esse ofício. Pode ser na TV, no teatro ou no cinema. Eu quero é fazer personagens que me desafiem, que ativem a minha criatividade, que me façam sair da minha zona de conforto. Eu amo compor personagens, conhecer o universo de cada um deles. Tenho ainda um filme para lançar, mas não sei a data. E estou na próxima temporada de Malhação, que será gravada em 2021.

Expr.: Como está encarando a quarentena?
R.A.: Difícil encontrar alguém que tenha passado imune a essa quarentena. Vivemos uma situação atípica, que jamais pensamos passar. Ficamos isolados em casa. E ainda estamos vivendo isso. Não podemos beijar e abraçar as pessoas que gostamos. Temos que manter o isolamento social. Usar máscaras. E as notícias nos jornais não são nada animadoras. Foi um período delicado e eu busquei muito manter o meu equilíbrio e a minha saúde mental, principalmente, por causa das crianças. Queria estar bem para eles.

Expr.: No teatro atuou na peça “Para Tão Longo Amor”, espetáculo assinado por Maria Adelaide Amaral. Como foi a experiência de atuar em uma peça escrita há mais de vinte anos e que ainda foi vencedora de um festival teatral português?
R.A.: A gente não faz um trabalho pensando em ganhar prêmio, mas, quando isso acontece, é muito gostoso, porque é o reconhecimento de toda aquela dedicação e entrega. Eu fico feliz de ter trabalhos marcantes no teatro, no cinema e na TV.
Fico orgulhosa mesmo da minha trajetória, das minhas escolhas. E essa peça é especial. Maria Adelaide foi assistir a uma primeira leitura e ela resolveu fazer uma adaptação do próprio texto, o que é muito raro. E, por esse espetáculo, eu fui indicada ao Prêmio Shell como melhor atriz. Mas não escolhemos esse texto por ele ser premiado, mas sim porque falava de relacionamento e os amores tóxicos que vivemos sem ter noção. Queria falar sobre isso na época. E tivemos sorte de ser indicadas aos prêmios depois.

Expr.: Nascida e criada em Santo André, carrega recordações do ABC paulista? Retorna com frequência a cidade?
R.A.: Claro! Mil recordações. As lembranças da minha infância e adolescência são todas de lá. E meus vínculos com a cidade permanecem até hoje. Tenho família, amigos… Faz tempo que eu não vou por causa da pandemia e do trabalho. Gostaria de ir mais, inclusive.

Expr.: Foi protagonista da novela “Fascinação” (SBT), dona de muito sucesso na emissora. O papel foi um divisor de águas na sua carreira?
R.A.: Foi minha primeira novela na TV. E fazia a protagonista. Aprendi muito com aquele trabalho. Ana Clara foi uma personagem marcante também. Com ela, eu entendi toda a engrenagem de uma grande produção. E esse trabalho, sem dúvida, foi importante para tudo o que eu vivi depois.

Expr.: O assunto é…Boa forma! Conta pra gente, como faz pra manter o corpão em dia? Segue alguma dieta? Rotina de exercícios?
R.A.: Adoraria contar alguma fórmula (risos). Mas olha, com pandemia, eu não andei fazendo muita coisa não (risos). Minha prioridade foi meus filhos, estar com eles e para eles. O que eu consegui foi fazer minha ioga e meditação. Tenho uma alimentação saudável, que já me ajuda. Mas não tenho tido uma rotina intensa de exercícios não.

Expr.: Adiante futuros projetos?
R.A.: Por enquanto eu sigo em casa, com as crianças. Começaria a gravar Malhação esse ano, mas a Globo foi muito prudente e responsável em paralisar as gravações. Estou me preparando para voltarmos em 2021.