Letícia Spiller

“Não sou uma atriz que fica sentada esperando alguém me chamar para algo. Preciso estar produzindo e criando.”

A beleza de Letícia Spiller chama a atenção de muitos espectadores, todo seu carisma, somado ao talento nato, a fizeram uma estrela da televisão, cinema e teatro brasileiro. Para ela, a beleza é resultado de um equilíbrio interior e o espelho nada mais é do que uma ilusão. Sábia Letícia! é por isso, que a mãe de Pedro (23) e Stella (08), no auge dos seus 46 anos, exibe como estilo de vida, a conexão com a natureza, a meditação e o estar entre pessoas queridas, rotina que contribui com a sua beleza interior e exterior.
Desafios também movem a atriz, o mais recente deles foi sua participação no time de protagonistas do musical “Zorro – Nasce uma lenda”, que fez até a carioca aprender a dançar Flamenco. A versatilidade na carreira define a sua trajetória desde a época em que ainda era conhecida como a paquita Pituxa Pastel, na década de 80, até as mais de 20 novelas que já participou em seus 30 anos de carreira. A musa ainda tem uma linda relação com o teatro, tendo se destacado em peças como “Dorotéia” (2016-17) e “O Falcão e o Imperador” (2000-04), no qual também foi produtora. A eterna interprete de Babalu, em “Quatro por Quatro” (TV Globo) personagem que a revelou nas telenovelas, relata o seu grande apreço pelo papel: “Foi um personagem muito importante pela projeção que me deu no início da carreira. É um papel que tenho muito carinho”, comenta. Teve também, em seu último trabalho outro grande desafio ao dar vida a personagem Marilda de “O Sétimo Guardião” (TV Globo), no qual pode explorar o seu lado mais cômico. Confira a entrevista na íntegra:

Letícia Spiller

Expressão: Seu último trabalho na teledramaturgia foi na novela “O Sétimo Guardião” em que sua personagem tinha um ar mais cômico. Como foi realizar esse projeto?
Leticia Spiller: Eu me diverti muito fazendo a Marilda. Como a novela tinha muito de realismo fantástico, tive cenas muito interessantes ao longo da novela. Tudo em nome da água santa dela. Foi um trabalho intenso, gravava muito, mas que eu gostei demais de fazer. Tenho uma parceria longa com o Aguinaldo Silva. Longa e boa. E é gostoso poder experimentar coisas diferentes dentro de uma trama.

Expr.: Antes disso pôde interpretar a personagem Monique na supersérie “Os Dias Eram Assim” (Rede Globo). Sendo uma mulher extremamente forte, a personagem trouxe à tona vários temas não muito comentados pelo grande público. Você gosta de poder interpretar personagens que tratam de temáticas importantes?
L.S: Sim, eu amo fazer arte. E arte traz reflexão, mudança. Uma pena o momento que estamos vivendo. Como atriz, lamento demais o cenário atual da nossa cultura. Eu sou uma atriz apaixonada pelo ofício, gosto dessa entrega. E personagens com temáticas são muito importantes para trazer à tona certas discussões para a sociedade. Trazer reflexão mesmo. Eu gosto de me sentir desafiada. Busco isso em cada trabalho meu.

Letícia Spiller

Expr.: Tem em seu currículo também a produção de alguns trabalhos artísticos como a peça “O Falcão e o Imperador” e o longa metragem “O casamento de Gorete”. Como é poder trabalhar com esses projetos tendo uma visão diferente?
L.S: É maravilhoso. Eu não sou uma atriz que fica sentada esperando alguém me chamar para algo. Não consigo. Preciso estar produzindo, criando… Assim eu me tornei produtora também, o que me ajuda a fazer projetos diferentes sempre. Mas eu busco isso na TV, no teatro e no cinema, busco sempre estar em contato com algo novo, com algo que me provoque como artista. E eu imagino que vai ser assim até eu morrer. Tenho muitos amigos artistas em minha volta, então, estamos sempre rodeados por ideias.

Expr.: Seu último trabalho foi o musical “Zorro – nasce uma lenda”. Mesmo não sendo o seu primeiro trabalho com o gênero como foi a experiência? Quais as maiores dificuldades em atuar, cantar e dançar?
L.S: Olha, foi bem intenso. Na segunda, pós final de semana, eu ficava exausta. Demorava uns dois dias para me recuperar. E aí já começava outra semana de peça. Musical te exige muito. Exige concentração, corpo, voz, é uma entrega fascinante. E, no nosso caso, fazíamos mais de uma apresentação no dia. Tinha que ter pique. E tudo o que faço, entro de cabeça. Tem que ser 100%. A peça era linda, amei fazer esse espetáculo. Foi um processo enriquecedor demais.

Expr.: O teatro tem tamanha importância na sua trajetória. Como é estar no palco para você? Já tem algum próximo projeto?
L.S: Teatro foi onde tudo começou. E onde eu sempre quero estar. Amo televisão, amo cinema, mas não me vejo longe do palco. Quem vive esse momento em um palco, sabe o que estou falando. É algo único essa energia. Tenho muitas alegrias no teatro. Estar no palco para mim é como respirar. É algo que faz parte mesmo de mim. Tenho alguns projetos novos, estou analisando eles. Mas, em breve, devo ter alguma novidade nessa área. Em tempo, estou também investindo no lado musical. Agora em janeiro, eu lancei um feat com o músico Pablo Vares. Tenho gostado muito desse contato com o canto.

Letícia Spiller

Expr.: Seu filho mais velho, Pedro Novaes está brilhando como protagonista da atual temporada de “Malhação”. Como é acompanhar ele nessa nova trajetória?
L.S: Ah, eu sou mãezona, babona mesmo. Fico muito feliz de vê-lo sendo reconhecido pelo talento dele. Pedro é muito dedicado, é um cara das artes mesmo. Vejo cena, comento. Às vezes, a gente bate o texto dele na novela. Mas eu e o pai dele o deixamos muito livre para decidir qual caminho seguir. Não queríamos influenciar essa decisão. E o mais legal para nós é que esse trabalho veio no momento em que ele quis. Como mãe, eu quero apoiá-lo e vê-lo feliz, independentemente da profissão.

Expr.: Aos 46 anos, você é um símbolo de beleza. Quais são os principais cuidados que têm com a saúde?
L.S: Não tem segredo. É comer bem, beber muita água, praticar exercício. Usar protetor solar. E assim, essa é a vida que eu levo há anos. Desde muito cedo, então, acho que estou só colhendo os frutos. É claro que eu vou ao dermatologista, passo um creminho, faço tudo o que me recomendam. Mas é algo mesmo de cuidado normal que a gente tem que ter consigo. Pratico meus ritos tibetanos em jejum todos os dias. Vou para o meu sítio ficar em contato com a natureza. É uma porção de coisinha que reflete em quem eu sou e como as pessoas me veem.

Expr.: Até hoje as pessoas relacionam você a personagem Babalu, uma das protagonistas da novela “Quatro por Quatro” de 1994. Pra você, o que essa personagem foi em sua carreira?
L.S: Foi uma personagem muito popular, com um alcance incrível. Ela me deu visibilidade como atriz. E isso me permitiu seguir um caminho que eu tenho muito orgulho. Fiz muitos trabalhos legais depois dela. Babalu abriu portas para mim e sou grata demais. Muito gostoso saber que um personagem que você criou, defendeu, é querido pelo público.